
Quando eu era criança, ainda existiam umas novelinhas "das 10", horário impróprio para a gurizada. Mas eu assistia, né? Mamãe se rendia ao cansaço, tinha que que acordar cedinho para a labuta.
Já nessa época, percebia que as cenas impróprias para menores e bem menores como eu, logicamente, me causavam umas coceirinhas nas partes baixas. Bobinha eu, achava que era algum tipo de incontinência urinária. Quer dizer, eu nem sabia o que era incontinência naquela época, mas hoje eu sei que era isso mesmo o que eu pensava mesmo sem o saber. Acho que tinha uns 6 ou 7.
Nessa época também, numas dessas datas criadas sabe-se lá Deus por quem, eu ganhava de tempos em tempos uma boneca, insistência e fé cega de minha mãe que certamente alimentava a idéia de me transformar numa garotinha meiga e dada a brincadeirinhas cor-de-rosa.
Nunca gostei muito de bonecas.
Até perceber que elas poderiam ser úteis, quando as cenas das novelas das 10, hoje das 8, passaram a ser mamão com açucar demais, para os meus anceios, que então já eram conscientes. E melhor, eu poderia sentir conceirinhas no café da manhã, no almoço ou no jantar. Ou assistindo atentamente à missa que passava de manhã, aos domingos. Eu nunca gostei de bonecas. De repente, gostava.
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